sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Não te vejo, mas te sinto.


Chega das mentiras, de criar falsas ilusões, pequenas esperanças. Chega dessa maldita letra na minha vida, maldita sim e é por isso que deve sair dela, ser arrancada, retirada, posta pra fora.
Só eu e você somos completos, porque sabemos a verdade e isso não nós torna melhores que eles, apenas mais coerentes com a verdade, tudo não passa de uma farsa e sabemos disso, e não conseguimos conviver com isso, claro tentamos, obstinadamente, mas com aquele sentimento de culpa, um remorso, uma tristeza, um ódio também - só não sabemos se é de nós mesmos, ou dos outros, os que se perderam - e são tão queridos, os amigos, a família, precisamos de alguém que nos compreenda, pois se tu estivesses aqui ou eu estivesses aí, então poderíamos ser um só, mais uma vez, e não, apenas nas linhas, nos versos, nas rimas, nessas pequenas coisas, resquícios de nós. Queria que retornasse como um sonho bom, mesmo que nossa sexualidade fosse diferente, mesmo que fôssemos diferentes, eu saberia que você era você e você saberia que eu era eu, e então estaríamos bem, ficaríamos bem e completos. Esqueceríamos todos os erros do passado, todas as loucuras, e bobagens e até as críticas que nos foram acometidas, seríamos, portanto, felizes em fim, a tão sonhada felicidade. É o que nos falta, pra você, eu e pra mim, você.
Então, look. Olhe para nós: Eu congelada numa época, tentando consertar, acertar, mudar não somente a mim mesma, como ao mundo e você morto, e mesmo assim é só em você que eu encontro, é como se fôssemos um, como se você fosse uma parte de mim, a que falta, não é amor carnal, nem psicológico ou platônico, é diferente de qualquer um desses amores que a gente pode denominar ou rotular, é diferente, e portanto, sem rôtulos, não tem especificação ou identificação ainda, é melhor que outros? Não sei. Nem sei se é bom, mas que me faz feliz, é verdade. Mesmo com tudo ao avesso, tudo errado, descoordenado, fora de ordem, de lugar, de padrões, mesmo louco, insano, com todos os defeitos e absurdo, aliás, completamente absurdo, ainda te amo, do mesmo jeito pra sempre, sempre será eterno, pois nunca chegou a existir. Tenho esperanças de ti e você durante toda a vida teve esperanças de mim, sem nunca nos encontrarmos.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Meu pecado, meu desejo obscuro.


Não é amor, é um desejo, uma loucura, um jeito de perder o equilíbrio, de cair do trampolim, despencar da corda bamba e quebrar todas as correntes da rotina e do tédio, deixar de lado o monótono. Criar vida, cores, iluminar, mesmo que seja desta forma torta e visceral, carne, membros, línguas e machucados, arranhões, afobação. E como definir tudo isso em uma palavra? Como deixar que isso brote no pensamento e no coração? É proibido, mas é tão mais gostoso, delicioso, excitante. Não é gostar, vai além disso, muito além, é querer, e te quero tanto, loucamente e não é dá boca pra fora, é aqui dentro, és tão lindo, forte, escultural. Beijos saborosos, mordidas suaves, mas mesmo assim consistentes. Amigos, amantes, como quiserem chamar, é uma travessura, uma loucura, uma perda da razão, mas e não posso, e não quero, é errado, é condenação, forca, suicídio, pecado.
Enlouquece-me com o jeito de falar, de esboçar, com o jeito de tocar, de abraçar, com o jeito de olhar, com o jeito de irritar, de incomodar. Perco os sentidos, a voz, e encontro-me num filme, de amor, desejo, loucura, e mesmo com tudo pra dar errado, mesmo sendo tudo tão irreal e impossível, mesmo com todos os contras e mesmo com o certo trágico final, mesmo assim, és meu favorito e não só por me entender com meia palavra, ou pelo jeito que me deixa encabulada, nem por ser lindo assim tão sinceramente e miraculosamente. Meu Deus, não tem nada de perfeito, é muito imperfeito, demais eu diria, e somos comuns no nosso jeito de ser, mesmo com todos os segredos, e as frases jamais ditas, jamais pensadas, os ciúmes doentios e estranhos, vamos parar onde assim? Numa cama, alma gêmea é o que dizem, será?
E passamos por isso, como sempre fizemos, com os desejos, e as juras não ditas, com os beijos jamais sentidos, somos contrários e vivemos bem, nesse mundo de luxúria e pecado, que guardamos dentro do nosso coração, nossa alma e mente, no fundo, ninguém pode saber, ninguém jamais pode saber, nem suspeitar só nós e guardamos à sete chaves, sabemos que existe, mas preferimos, fazer de conta que nada existe, que nada disso é verdade, é coisa da nossa cabeça e logo passa, logo vem outro amor, porque a vida é igual parada de ônibus, pode demorar, mas ele sempre chega, e eu não sou seu ônibus certo e você também não é o meu, não hoje, nem amanhã, nem depois, talvez nunca.
Voltamos e paramos aqui, nos abraços e nas conversas pra lá de estranhas, recuperamos nosso amor incondicional, de amigos é claro. E fim de papo, eu aqui, você aí, um dentro do outro, ao menos nos sonhos mais sórdidos, calientes e incompreensíveis um do outro.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Deslizes... que eu insisto em cometer.


E na madrugada o coração acelera, o esmalte começa a descascar e os olhos ficam vermelhos, a geladeira esvazia-se inteira, as barras de chocolate somem, e o fogão começa a funcionar, e o leite condesado com nescau ferve na panela, ansiedade pura e genuína.
Decido após muito pensar me entregar a esses prazeres da vida, o comer, o se deliciar, deixar derreter na boca, cometer alguma loucura em conjunto, falar bobagens e perder a razão, afinal, o que eu vou contar para os meus netos? Ser muito fechada e resistente é tedioso, vezenquando. Largo essa minha personalidade forte na esquina, e saiu pras ruas pra mudar meus conceitos e perder um pouco desse equilíbrio que antes eu queria, agora eu só quero gritar e pular até cansar, até minha alma mudar ou se perder por aí, quero ficar perdida e nunca mais me encontrar, quero cometer meus deslizes, e perder todo esse controle, e até me tornar um pouco hipócrita em relação à isso. Não quero criticar, não quero argumentar, não quero incentivar, quero perder o juízo, perder essa minha personalidade sem graça que nunca corre riscos que vive num mundinho fora de moda, cheio de compromissos, de realidades, de verdades, que nunca quer ver seus amigos porque tem tanto medo de ser influenciada a perder o juízo, perder as rédeas das situações, pra mim chega, entreguei os pontos, tirei meu time de campo, cansei desse joguinho bobo, de me fazer de forte, de sensível, de certa, sendo completamente louca, insensível e muito fraca, frágil, a oposta de toda essa situação, rir de tudo e de todos sem qualquer motivo, não falar sobre ninguém e pensar somente em você, ter um auge de egoísmo genuíno.
Quero me perder, parar de querer parar pra respirar, vou esquecer meus pulmões, meu futuro e o meu cérebro, quero viver de momentos, de ocasiões, quero meus deslizes, as balas e os bombons, se eu tiver que engordar, se eu tiver que me internar, se eu tiver que chorar e sofrer, que seja assim, mas que eu seja feliz, que o sorriso nunca mais desapareça do meu rosto e que eu nunca mais seja questionada sobre a minha felicidade contagiante. Que seja assim, eu e eu de verdade, que não finja, que não imagine, que esqueça e que se atire de cabeça nessa aventura que é viver.

domingo, 19 de setembro de 2010

Insana e insaciável


Olhei pra trás e vi que tudo tinha mudado, mas, também vi que não era a hora de eu ir embora, então decidi ficar. Não há quem me faça fugir, não há quem me faça desistir, descobri que o fim da história é sempre o mesmo, então queimei o livro, e decidi continuar caminho sem enredo, e sem script, melhor sozinha, insana e insaciável. Tenho tudo que alguém poderia querer, tudo que amo e o que desejo, tudo do que preciso, do que necessito. Não preciso de mudanças, nem de conselhos, nem que me mostrem o que está certo ou errado, melhor seguir sem rumo, sem direção e quebrar a cara algumas vezes, é só assim que a gente aprende, e eu até prefiro, gosto de correr riscos e de sentir essa adrenalina no peito, nas veias e no coração.
Meu coração nunca deixou de bater, tornei tudo um drama em vão e por puro capricho, descobri que ninguém que me vê na rua, ou escuta a minha voz, sabe o quanto forte, resistente e má eu sou; nem mesmo quem me conhece há anos, sabe. E em falar em saber, se tem uma coisa que eu sei é ser má, deixar de amar e perder o costume então, é moleza; nunca foram tão difíceis assim pra mim, aliás, bem pelo contrário, sei muito bem me conformar e principalmente esquecer, e acreditem acho isso uma ótima qualidade. É pois é, eu tenho defeitos, tenho pecados, e adivinha o melhor, não vou mudar, o importante é eu gostar de mim, o importante é quem é importante gostar de mim, minhas atitudes e as merdas que eu faço? Bom, vou mantê-las e alimentá-las, enquanto respirar e enquanto meu coração bater, enfim, enquanto eu viver. Porque eu, sinceramente, adoro ser arrogante, anti-social, e adoro a minha má-reputação quanto à isso, porque isso é pura hipocrisia, e eu não vou mudar meus costumes, nem a pessoa que eu sou ou o meu tratamento com o meu ciclo de amizades, pelo que vão pensar, pelo que vão achar, por mim que falem, que pensem, que achem. Tenho uma personalidade para cada um, sou fechada, reservada; misteriosa, eu prefiro.
Sou uma incógnita, uma variável, mudo conforme eu quiser, conforme as minhas prioridades, sou super a favor da sinceridade, e de falar na cara e de preferência olhando nos olhos. Detesto ser o centro das atenções, ser o assunto principal, não gosto dessa responsabilidade toda, até porque ser responsável nunca foi meu forte.
Acredito que como uma explicação de retorno e uma forma de pedido de desculpas, está mais do que bom, não estou muito inspirada hoje, mas fica a promessa de que meus próximos textos serão melhores e com certeza mais interessantes.